1 de março de 2011

Desabafo de uma mãe do século XXI

"A vida é feita mesmo de pequenas e grandes coisas. Por mais que a gente viva, e ache que já passou por quase tudo, se surpreende com muita freqüência.

Ainda acontecem coisas que me tiram o ar. Algumas maravilhosas como ser mãe e outras tristes como perder o emprego por ser mãe.

Eu, inocentemente, acreditava que isto tinha ficado para trás junto com o preconceito de contratar alguém porque tinha uma tatuagem (como se competência estivesse na pele). Achei que estávamos sim na era da habilidade, do resgate dos valores, da busca da felicidade (isto nunca ficará obsoleto!), da sustentabilidade. E, de repente, me deparo com este tipo de conduta no “mundo corporativo”.

Sendo reducionista, cheguei ao seguinte raciocínio: se sustentabilidade é usar os recursos com inteligência para que as gerações futuras também possam usufruir, como as mulheres ainda não tem o direito sagrado (e básico) de serem mães? Sem este pequeno detalhe, não haverão gerações futuras...

A maternidade me transformou numa pessoa melhor. Mais serena, pacificada (palavra da moda, hein?!), mais cuidadosa, detalhista eu sempre fui, querendo fazer um mundo melhor para minha filha viver e, é claro, com mais contas para pagar. Quem não vai querer uma profissional destas? Por tudo isto, sei que em breve volto ao mercado!

O episódio isolado me entristeceu, mas não vai me transformar numa pessoa pior, com convicções diferentes. Vou aprender, isto sim! É para isto que a gente vive. Para aprender, evoluir. Vou continuar trabalhadora (porque é assim que eu sou), dedicada, amando minha profissão e suas contradições, amando as pessoas porque são diferentes e têm fraquezas, e tentando a cada dia fazer o MEU melhor. Eu ainda acredito que se cada um fizer a sua parte, a humanidade pode ser melhor.

E uma hora, a gente acerta!"
Raquel Gonçalves

Arrivederci.